sexta-feira, 22 de setembro de 2017

misantropia



(a Frederico Campos)

tudo o que vejo é falso
agradecimentos condicionados ao quid pro quo
sorrisos conveniados pela necessidade
êxtases egoístas em pílulas douradas de amor ao próximo

não há desesperança que me baste na humanidade
e no entanto aqui estou
participando da sociedade do prazer e do espetáculo como se fosse um dos vossos
enquanto por dentro me corrôo em ódio
em parte de mim por não ser como sois

memória de vida passada em signisciência