sexta-feira, 2 de agosto de 2013

da inspiração científica I

minha inspiração de hoje é:
abraham h maslow - introdução à psicologia do ser



ok,
me julgo demais, e nunca recupero totalmente o autoestima. fui chamada de pouco humilde por você, mas a verdade é que por mais de dez anos vivi um complexo de inferioridade tão perigoso que destruiu minha alma. passei a reforçar os pontos positivos em mim e a me afastar de qualquer um que despertasse esse sentimento em mim. é um outro motivo para não ter amigos. relações superficiais (como as que as pessoas normalmente tem, e acredite, é normal ter)  não são saudáveis pra mim, porque são carentes de elogios verdadeiros. não é feio precisar de elogios. se eu faço elogios? desde criança nunca pude contê-los. 

minha natureza essencial é reflexiva e emocional. me magoo muito fácil e sou muito frágil. a exigência do mundo moderno de pessoas insensíveis e fortes muito me abala, e preciso de muita meditação, hoje, para não adoecer - e adoecer não é só deprimir, é também ficar vulnerável energeticamente, é me tornar irritadiça com os defeitos alheios, e principalmente com meus defeitos. entendo que a solução para mim não é simplesmente mudar os defeitos em mim que não gosto (porque senão, eu mudaria todos e não seria mais quem eu sou), mas principalmente superá-los e contorná-los com outras positividades (essa, sim, boas de colecionar).

eu devo dizer que apesar do que já passei, eu descobri cedo quem sou, e não me encontro perdida. meu adoecer foi causado pela dúvida de que isso fosse suficiente para o que as outras pessoas exigem.  sou orgulhosa de mim, porque me vejo caminhando a longos passos para minha individualização, e percebo que talvez isso seja uma coisa que as outras pessoas não fazem, e não podem ter orgulho de si por isso. isso me diferencia, e por mais que eu me julgue por essa ideia também (afinal, nem por isso sou melhor que ninguém), me sinto feliz por essa diferença ser tão positiva para mim. ser mais humilde neste ponto é possível, e eu vigio meus pensamentos sobre isso para não incorrer no erro de soberba, porque já tenho coisas demais lançadas no inconsciente a meu descrédito para permitir-me mais uma.

"os teólogos costumavam usar a palavra “accidie” para descrever o pecado de não fazermos da nossa vida o que sabíamos que podia ser feito." [pág. 29] -- não quero isso para mim, mas me vejo constantemente jogada à isso. e é por isso que estou escrevendo hoje, porque não quero não ser uma leitora ou postergar as leituras para quando tiver um kobo glo. mesmo porque não sei quando o terei, não é mesmo?

como Maslow, eu não acredito em muita coisa difundida em nossa cultura científica. não tenho problema de personalidade, tenho certeza de que era inferior a meninas idiotas e massificadas, na infância, a garotas superficiais na adolescência e que não fui delinquente ao me envolver com os ditos marginais da escola - éramos todos subversores da estrutura social em que vivíamos. e isso, na cultura em que vivemos, é extremamente saudável. da mesma forma que não sou esquizofrênica, apenas tenho uma sensibilidade mental maior do que os adoecidos sem-sintoma do sistema.  

memória de vida passada em signisciência