sexta-feira, 20 de julho de 2012

neuroticismo e hipermodernidade: porque é errado reparar?


toda transmigração precisa matar? a pós-modernidade deixou claro que o ser humano está adoecido. neuróticos, psicóticos, esquizofrênicos, bipolares, deprimidos, pervertidos. ainda não li nenhum desses bons livros de filosofia estoica que explique por que razão nos tornamos todos tão incapazes de viver socialmente. acredito que nos tornamos medrosos do olhar do outro, o que me faz voltar a pensar no afã da ofensa. sempre que somos olhados, reprimimos o outro: "tá fazendo o quê, vai roubar?", "tá sentindo inveja do meu cabelo?" e outras falas desaforadas pelo silêncio de quem observa. agora, na hipermodernidade, com tantos novos instrumentos para nos comunicarmos na dita paz e segurança de nossas casas, com que pensamento responderemos à situação de ser reparado, se estamos cada vez mais afastados do prazer do contato humano? acho que é de se pensar se queremos ser vistos apenas pelo concreto em nossas casas, e se não estamos, com isso, caminhando prum tal abismo epistêmico. existem boas loucuras, acredito, mas nenhuma delas está baseada em sentir-se em mal ou em limitar a própria possibilidade de felicidade. 


(em suma, é uma merda estarmos todos nos tornando frígidos ao mesmo tempo. em breve, a população diminuirá e muito. ou crescerá -- mas aí estaremos todos loucos.)

memória de vida passada em signisciência